O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) promoveu, na noite de quinta-feira (21), a entrega do Prêmio Crea-GO de Meio Ambiente em sua 18ª edição. O Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente tem patrocínio do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-GO (Mútua-GO) e do Sicoob Engecred-GO. “Foram muitos anos de resiliência, de trabalho e de modificações para chegarmos ao formato desejável. Um Prêmio que não dá valores em espécie, mas que tem uma responsabilidade muito grande ao valorizar trabalhos em prol do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável”, aponta o presidente do Crea-GO, engenheiro agrônomo Francisco Almeida, ao CREA-MT.
O Projeto Arara Azul, realizado pelo Instituto Arara Azul, recebeu o prêmio na modalidade “Elementos Naturais”. O projeto tem como objetivo manter populações viáveis de araras azuis ( Anodorhynchus hyacinthinus ) a médio e longo prazo em vida livre no seu ambiente natural e promover a conservação da biodiversidade do Pantanal como um todo. Os objetivos específicos podem variar a cada ano, mas incluem estudos de biologia básica, reprodução, comportamento, requerimentos de habitat, manejo e educação ambiental para a conservação da espécie na natureza, entre outros.
A bióloga da Conservação Neiva Guedes, presidente do Instituto, recebeu o prêmio. "É muito importante para a divulgação [do projeto], de você atingir um público que não tem muito contato, que são os engenheiros e agronômos, e também ser selecionado por outros profissionais de diferentes áreas. É muito bacana porque não é dentro da nossa área que estamos sendo avaliados, mas sim de outra bem diferente, sabe. Estamos atingindo outro público e outras regiões do Brasil", relata.
Atualmente, as araras azuis são encontradas em várias cidades de Mato Grosso do Sul, como Aquidauana, Miranda, Rio Negro e Terenos, a capital do Estado, onde hoje já habitam as araras canindés ( Ara araraúna ) e araras vermelhas ( Ara chloroptera ).
O troféu recebido é em forma de uma siriema, ave típica da região central do Brasil, símbolo do Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente desde a primeira edição, juntamente com um certificado. Nesta edição, houve 177 trabalhos inscritos nas cinco modalidades disponíveis: Produção Acadêmica (40 inscrições), Sociedade Sustentável (74 inscrições), Elementos Naturais (28 inscrições), Inovação Tecnológica (16 inscrições) e Imprensa (19 inscrições).
A temática “Cidades: dos desafios às soluções” deste ano alerta para os problemas provocados pela expansão urbana desordenada e o êxodo rural. Segundo o presidente Francisco Almeida, a maioria da população é urbana e, por isso, os principais impactos do planeta ocorrem justamente a partir das cidades, comprometendo a sobrevivência do meio ambiente e afetando a qualidade de vida do cidadão que se depara, diariamente, com questões relacionadas com transporte e mobilidade, gestão de resíduos, energias renováveis, ambiente construído, infraestrutura inteligente, entre outros.
Desde 2018, o evento já abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Também a partir deste ano, o Prêmio tem o apoio institucional da Federação das Indústrias no Estado de Goiás (FIEG) e da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (RBPG/ONU). O Pacto é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade. O Crea é signatário da Rede Brasil do Pacto Global desde maio deste ano.
Ao longo de 18 anos, o Prêmio Crea Goiás de Meio Ambiente reúne 1375 projetos inscritos, 134 premiações, 29 menções honrosas, 327 especialistas integrantes das comissões julgadoras e 9 mil espectadores.

