Bonito, Mato Grosso do Sul - 29 de Março de 2024
Polícia

Jornalista é assassinado na fronteira com o Paraguai

O assassinato aconteceu enquanto Léo Veras estava jantando com a família e três pessoas encapuzadas entraram atirando no jornalista.

Com informações de G1 - Ketlen da Silva
Em 13 de Fevereiro de 2020 às 09h00
(Arquivo Pessoal)

O jornalista brasileiro Léo Veras foi executado por pistoleiros na noite desta quarta-feira (12) na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã.

Léo Veras é bastante conhecido em Mato Grosso do Sul por seu trabalho. Ele era dono do site policial "Porã News" que produzia notícias da região da fronteira em português e espanhol. Frequentemente ele noticiava situações relacionadas ao tráfico de drogas.

De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola 9 milímetros. Um dos disparos acertou a cabeça dele no momento em que ele tentou correr dos assassinos. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade paraguaia, mas não resistiu.

Segundo a ocorrência, Léo estava jantando com a família no quintal de sua casa. Por volta das 21 horas, dois pistoleiros encapuzados chegaram em uma caminhonete branca, entraram pelo portão que estava aberto e invadiram o local. Eles direcionaram os disparos contra o jornalista e foram atrás dele quando Veras tentou correr para a rua. 

O promotor paraguaio responsável pelo caso, Marco Amarilla, informou ao G1 que apurou que o jornalista vinha sofrendo ameaças. Nos últimos dias, segundo o promotor, Léo Veras estava com medo. 

"Ele recebeu ameaças nesses últimos dias. Ele estava nervoso, estava inquieto, estava temeroso. Em uma conversa que manteve com sua esposa, ele se despediu, praticamente. Ele disse: “Amor, se cuida, cuida das crianças”. Praticamente se despede de sua família. Ou seja, já sabia que iriam matá-lo", disse o promotor paraguaio.
 
Um amigo de Léo Veras que não quis se identificar informou ao G1 que se encontrou há 20 dias com o jornalista e relatou sobre as ameaças de morte que vinha sofrendo. “Nesses últimos dias, as ameaças eram constantes. Ele falou que as ameaças eram por matérias referentes ao tráfico de drogas e também relacionadas a autoridades policiais paraguaias”, contou o amigo.

A polícia paraguaia vai fazer perícia no celular e no computador da vítima. A casa onde o jornalista morava tinha câmeras de segurança, mas elas não estavam funcionando. Policiais do Paraguai devem solicitar a colaboração de policiais brasileiros para elucidar o crime.

O Ministério Público do Paraguai designou, na madrugada de quinta-feira (13), uma equipe de promotores para acompanhar o caso. Questionado se já se sabe sobre eventual fuga dos assassinos para o Brasil, o promotor informou não descartar a hipótese. “Mas não temos nenhuma precisão a respeito disso”, completou.

O Sindicato dos Jornalistas em Mato Grosso do Sul divulgou uma nota lamentando a execução do jornalista. Leia abaixo:

"O Sindjor-MS lamenta a morte do jornalista Leo Veras, do site Ponta Porã News, e se solidariza com a família, amigos e colegas neste momento de profundo pesar.

Profissional reconhecido por seus pares e pela sociedade, Veras já havia relatado ameaças de morte recebidas por seu trabalho de investigação e denúncia do tráfico. Recentemente, deu depoimento a matéria especial da emissora Record sobre a violência na fronteira.

Mais uma vítima dos ataques contra os trabalhadores da comunicação, nestes tristes tempos de cerceamento da liberdade de expressão, Leo Veras merece mais do que condolências.

O Sindjor-MS, entidade que representa os e as jornalistas profissionais deste estado, exige severa investigação por parte das autoridades sul-mato-grossenses e brasileiras, para que seja punido esse atentado à vida e à democracia."

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