A partir da noite de hoje (26), a Lua estará em seu perigeu e também em fase cheia. Com a junção desses dois fatores, ela se enquadrará no fenômeno de "Superlua".
A fase de Lua Cheia acontece aproximadamente uma vez por mês, quando o Sol está de um lado da Terra e a Lua está do lado oposto. Já o "perigeu" é o momento em que, por conta da rotação na órbita terrestre, a Lua fica mais próxima do planeta - diferente do "apogeu", que é quando fica mais distante.
Uma tradição indígena norte-americana chama o fenômeno de "Superlua Rosa", por conta de fatores culturais, e portanto, não significa que a Lua terá cor diferente. Vale lembrar que, mesmo que o nome "Superlua" não seja difundido entre a comunidade acadêmica, o termo tem viralizado nas redes sociais.
Membro do Clube de Astronomia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Henrique Arcuri, explica que é muito improvável que uma pessoa note a olho nu as características da Lua quando estiver nesta fase. "É difícil de uma pessoa leiga notar a olho nu a diferença da Lua cheia comum e da 'Superlua'".
É importante ressaltar que a Lua cheia de hoje (26) nascerá por volta de 17h00, em Campo Grande. Apesar disso, por aqui, o ponto máximo de aproximação entre a Lua e o planeta Terra, conforme a plataforma Heavens-above, acontecerá por volta das 11h20 da manhã de terça-feira (27). Portanto, não poderá ser visto amanhã por conta da iluminação do Sol, que ofusca a Lua.
Em melhores condições, o melhor horário para observar é a primeira hora após o nascer do astro, pois a Lua pode mostrar leves variações - além disso, efeitos como o de "refração atmosférica" e aos referenciais terrestres, podem gerar algumas ilusões óticas de que está maior.
Portanto, a Lua cheia de hoje pode estar alguns quilômetros mais próxima do que o habitual, o que não indica, necessariamente, que essa diferença poderá ser sentida sem uso de instrumentos como telescópio ou até mesmo com câmeras profissionais.
Ainda assim, o membro do projeto CiPop (Ciência Popular) e conselheiro do Clube de Astronomia, Renan Aryel, ressalta que a alta luminosidade do astro poderá atrapalhar a visualização por meio de equipamentos. "A Lua estará bem mais brilhante nessa noite. Em período de Lua cheia, não é a melhor época para observar o astro, o recomendado é usar um filtro específico", comenta.
"O brilho é muito forte e impede que vejamos detalhes da superfície, o que é uma das coisas que as pessoas mais gostam de observar na Lua. É preferido observar a Lua com telescópio entre os pontos de fase minguante, nova e crescente, pois o relevo lunar se torna perceptível ao telescópio. Podemos ver as sombras das crateras lunares", finaliza.
Normalmente, fenômenos como esse costumam ser melhor observados em regiões afastadas da cidade, longe de poluição e luz, e em locais onde a posição da Lua esteja o máximo possível ao horizonte, o que faz o satélite parecer ainda maior.
Quando estiver mais alta no céu, a Lua continuará igualmente ou até mais brilhante, mas parecerá menor. Quando se olha mais ao horizonte, pode dar a impressão que está maior porque compara-se com casas, prédios ou árvores, por exemplo.
