A ativista sueca Greta Thumberg entrou, nesta quarta-feira (11), para um grupo muito seleto de pessoas. A adolescente de 16 anos, que se dedica à causa da defesa do meio ambiente, foi escolhida como a personalidade do ano pela revista americana “Time”.
Ela já estava no centro das atenções desde que chegou a Madri na última sexta-feira (06). Mas, nesta quarta (11), foi a vez de Greta Thunberg subir ao palco e discursar no plenário da Conferência do Clima das Nações Unidas. A jovem, que começou o ativismo com protestos solitários em frente ao parlamento da Suécia há um ano e meio e, com a ajuda das redes sociais, passou a atrair simpatizantes no mundo inteiro, está crescendo.
Aos 16 anos, contou que, no início, usava frases de efeito para chamar atenção, mas que agora estava na hora de focar na ciência. Greta disse que a COP 25 deveria ser uma oportunidade para discutir soluções, mas que, em vez disso, a conferência tem servido para que países encontrem brechas e não cumpram as metas para reduzir poluentes. Declarou que o maior perigo é quando políticos e empresários fingem que estão fazendo alguma coisa, quando na verdade estão apenas manipulando os números e fazendo relações públicas para melhorar a própria imagem. Greta lembrou que o aquecimento do planeta já está prejudicando a vida, e que cada fração de grau centígrado faz diferença.
Pouco depois do discurso na conferência da ONU sobre o clima, veio a notícia de que ela foi escolhida a personalidade do ano pela revista americana “Time”. A adolescente sueca é a mais jovem homenageada em 92 anos de história. Os editores da revista consideraram que ela mostrou liderança num momento em que o mundo está fragmentado e em que as instituições estão fracassando. A escolha foi comemorada pelos ativistas em Madri. Mas, à tarde, os protestos se intensificaram. A polícia expulsou vários manifestantes e recolheu as credenciais deles.
Por telefone, Greta comentou a homenagem. “É bom que a minha voz esteja sendo ouvida. Mas está na hora de escutar as vozes das pessoas mais atingidas pela crise ambiental, principalmente no hemisfério sul e os povos indígenas. É preciso ouvir essas pessoas e o que diz a ciência”, disse ela.