Referência nacional no tratamento de animais selvagens vítimas de acidentes e do tráfico, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), instalado em Campo Grande, vai ganhar uma nova clínica.
As obras de construção da unidade veterinária estão em andamento, 20% executadas, e devem ser entregues no final deste ano.
Segundo a Agência Estadual de Empreendimentos (Agesul), que fiscaliza a construção do prédio, a obra está na fase inicial da superestrutura, que é a edificação das bases de concreto, vigas e pilares.
Orçada em R$ 3,8 milhões, a nova unidade de saúde terá espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exames. O hospital veterinário vai modernizar o atendimento aos bichos das mais diversas espécies que vivem no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica e foram resgatados com problemas de saúde.
Coordenadora do Cras, a médica veterinária Aline Duarte explica que a nova clínica vai concentrar em um único lugar todas os atendimentos aos animais selvagens, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação. “Hoje o serviço é distribuído em vários prédios e feito com instituições parceiras. Com o novo hospital, tudo será concentrado no Cras, o que dará mais agilidade e efetividade ao atendimento”, conta.
Trabalho de excelência
O Cras foi criado em julho de 1987 para recepcionar, triar e destinar os animais silvestres apreendidos em operações de combate ao tráfico, atropelados nas rodovias estaduais ou ainda entregues voluntariamente pela população. Foi um dos primeiros Centros de Triagem de Animais Silvestres criados no Brasil e é, atualmente, o mais importante da categoria.
“Junto com instituições parceiras, fazemos um trabalho de excelência, superando limitações e alcançando objetivos, conseguindo um bom retorno na quantidade de animais tratados”, afirma Aline. Entre 70% e 80% dos animais que entram na unidade são tratados, reabilitados e devolvidos à natureza. O restante acaba perdendo a vida ou sendo transferido para zoológicos, instituições científicas ou criadouros - quando não podem ser reinseridos no habitat natural.
Entre mamíferos, aves e répteis, atualmente, cerca de 250 animais estão em tratamento no Cras. Mas a unidade já chegou a atender, simultaneamente, 600 bichos. “Recebemos em média 800 animais no primeiro semestre de cada ano e 1.800 no segundo. Isso por causa da primavera, que é época de reprodução e muitos filhotes acabam vítimas de tráfico, como filhotes de papagaios, por exemplo”, explicou a veterinária.

