A Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, terminou neste domingo (08) marcada pela tentativa da apreensão de livros com temática LGBTQ+, com um total de 4 milhões de exemplares vendidos e milhares de visitantes.
No último dia de evento, os pavilhões do Riocentro ficaram lotados e, segundo o balanço parcial divulgado pela feira, cerca de 600 mil pessoas foram para a Bienal entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro.
O evento recebeu no sábado (07), cerca de 100 mil pessoas. A grande quantidade do público foi uma resposta para a tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de recolher obras com temática LGBTQ+ do evento.
Na quinta-feira (05), Crivella determinou que os organizadores da Bienal recolhessem uma história em quadrinhos dos "Vingadores" que possui um beijo entre dois personagens do sexo masculino. Através de um vídeo no Twitter, Crivella afirmou que a obra "Vingadores: A cruzada das crianças" tem "conteúdo sexual para menores". Além disso, o prefeito disse que a medida iria servir para "proteger as crianças".
No sábado, uma equipe da Prefeitura foi ao local para cumprir a ordem de apreensão. A decisão de apreender as obras motivou um protesto dentro do Riocentro contra a censura aos livros. Além disso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, revogou uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ) que permitia a apreensão de livros com temática LGBT.
No último dia da Bienal, autores e editores fizeram um manifesto contra a censura. O manifesto foi assinado por diversos autores e personalidades, como os escritores Laurentino Gomes e Thalita Rebouças, o youtuber Felipe Neto - que distribuiu 14 mil livros com temática LGBTQ+ em protesto a atitude do prefeito - e o ator Lázaro Ramos.